Calvície Slow Motion

Queda de cabelo tem jeito? Suprema ironia: o cirurgião dermatológic o João Carlos Pereira da Clinica Derm de São José do Rio Preto (SP), um dos papas brasileiros da especialidade, é quase totalmente careca, mas instila esperança ao tranquilizar os pacientes. “Tem jeito, sim”, diz. “Cura, mesmo, não existe, mas quando a queda é tratada no inicio ela pode ser controlada. Substancias como finasterida, de use oral, que inibe a ação dos hormônios masculinos envolvidos na calvície, o alfa-estradiol, para use tópico, mas coram o mesmo tipo de ação, e o minoxidil, um vaso dilatador, formam a linha de frente no combate a queda dos fios. E novas substâncias, como o imiquimod e a difenciprona – ambos de use tópico -, vem sendo usadas quando as já tradicionais não ofereceram muita solução. De qualquer forma, só o dermatologista pode dizer exatamente o tratamento correto e a dose certa”.

Cerca de cinqüenta por cento dos homens são afetados pela calvície e o fenômeno pode começar aos 15 anos: ‘Por volta dos 35 anos, 40% dos homens já mostram um grau de calvície que ira evoluir ao longo da vida”, afirma o cirurgião. O problema costuma estar no código genético: se o seu avô e o seu pai acabaram com clareiras amazônicas no extreme norte, provavelmente você vai ter de batalhar para conservar os fios. Outro vilão e comum ao gênero masculino: a testosterona desencadeia a alopecia androgênica, uma calvície difusa nas regiões frontal, superior e posterior da cabeça. Como se não bastasse, quem trata a dermatite seborreica, isto e, a caspa, come um mal menor, também pode acabar na fila do implante: ela aumenta a oleosidade que lesa o folículo capilar. O resultado você já sabe: mais fios que desaparecem no ralo do banheiro.

Para tirar a prova dos nove e detectar se realmente seu cabelo esta caindo, os especialistas, alem dos exames de sangue que revelam os índices hormonais, também lançam mão do teste da “puxada” e do tricograma. No primeiro caso o medico seleciona mechas com cerca de 20 fios em varias áreas, puxa com uma certa pressão e observa quantos fios saem. Se um terço dos fios (cerca de 6) acaba em sua mão, a queixa tem razão de ser. Mas e obvio que apenas us devidamente cabeludos, covers perfeitos dos popstars dos anos 70, podem se submeter a essa tração. Portanto, o método mais utilizado e o tricograma. A quantidade e a mesma: 20 fios, mas arrancados com pinça e técnicas especiais que evitam traumas na raiz. Exami­ nada sob lentes de baixa potencia, a mostra e considerada normal quando apresenta 80% dos fios na fase de crescimento e 20% na de repouso. Para o especialista, a charada e fácil: na fase de crescimento a raiz aparece de forma tubular e translúcida. Em repouso, tem o aspecto de um saco.

Existem, em media, mais de cem mil fios de cabelo na sua cabeça e o numero e fixado antes mesmo de você nascer. Portanto, o tratamento de queda de cabelos envolve não a criação de novos folículos, mas a garantia de que os existentes continuarão a produzir cabelos saudáveis e normais. Nenhum cabelo, porem, nasce de raízes que já morreram e, se você já tem áreas semicalvas e vontade zero de ras­par a cabeça à Bruce Willis, um transplante pode ser a solução. Hoje, longe dos tufinhos de boneca que traiam a léguas o neocabeludo, os transplantes são realizados em megassessões para enxertar, em uma única vez, um numero Maximo de mudas, cobrindo totalmente