Pesquisadores descobrem gene do cabelo cacheado

Um estudo realizado no Instituto de Pesquisas Médicas de Queesland, na Austrália, conseguiu identificar o gene que deixa os cabelos encaracolados. De acordo com os pesquisadores, a descoberta pode ser utilizada na criação de pílulas com efeito de alisamento capilar, além de descobrir, ainda no útero da mãe, se um bebê terá cabelo liso ou cacheado. Além disso, a nova informação também irá permitir que investigadores utilizem o DNA de suspeitos para criar perfis físicos mais próximos à realidade.

A pesquisa identificou o gene trico-hialina como o responsável pela criação de ondas nos cabelos. Embora cientistas já soubessem que a tricô-hialina tem um papel no desenvolvimento do folículo capilar, ainda não se sabia sobre seu papel sobre os cachos. O pesquisador Nick Martin afirma que variações neste gene determinam se o cabelo será liso ou enrolado.
Para realizar esta descoberta, Martin e a pesquisadora Sarah Medland procuraram por variações genéticas responsáveis por enrolar os cabelos de ascendentes europeus. Estudos sugerem que 45% da população europeia tem cabelo liso, 40% têm cabelo ondulado e apenas 15% têm o cabelo cacheado. Outras pesquisas mostram que as chances de herdar o cabelo cacheado é de 90%.
Os pesquisadores que participaram do estudo analisaram dados coletados em um estudo feito com 5 mil gêmeos na Austrália durante 30 anos. “Estudamos um grande número de informações com uma faixa de características muito diversa”, afirma Martin. Comparando mapas dos genomas dos genes, os pesquisadores perceberam variações na trico-hialina nos irmãos com cabelos cacheados e naqueles com cabelos lisos.“Este gene já é bem conhecidos por mais de duas décadas por ter um papel na produção dos cabelos e por ficar na bainha próxima às raízes dos cabelos”, diz Martin. Acredita-se que uma variação causada pela trico-hialina crie uma mudança nos aminoácidos do cabelo, fazendo com que ele se torne liso ou enrolado.
“Potencialmente agora seja possível criar tratamentos que deixem o cabelos mais liso, como uma alternativa aos alisamentos já existentes”, afirma o pesquisador. Ele também afirma que a ideia começará a ser discutida em janeiro de 2010 com uma empresa de cosméticos.
De acordo com Martin, a aplicação mais urgente desta descoberta será no campo da ciência forense: “Será possível refinar as possibilidades de fotos de suspeitos a partir do DNA deixado na cena do crime, que irá mostrar se o criminoso tem cabelo liso ou enrolado”, afirma. “Já é possível saber a cor dos cabelos, pele e olhos, então isto seria usado para refinar ainda mais a imagem do suspeito”, diz o pesquisador.
Fonte: HyperSience

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